Os Quatro Tipos de Karma

Patanjali Yoga Sutras – Nota de Conhecimento 20

Existem quatro tipos de Karma (ações).

  • Ação meritosa. Karma que te dá méritos. Você faz o bem para alguém e você se sente bem com isso e eles te agradecem muito. Eles agradecem de coração e isso te traz o bem, karma meritoso.

  • Ação demérita. Ação que te dá demérito. Você faz algo a alguém e eles se sentem sufocados, eles sofrem, eles choram, eles gritam e eles estão extremamente infelizes. Isso te traz um karma de demérito.

  • Ação mista que traz resultados mistos. Existem certos karmas que são uma mistura de mérito e demérito.

  • Ação que traz resultados neutros. Este é desprovido de ambos, mérito e demérito. Por exemplo, você faz uma caminhada a noite e isso não há mérito ou demérito.

Existem certas ações que não têm méritos ou deméritos. Você está passando o aspirador de pó no corredor, isto não há mérito ou demérito. Porém se você está ajudando alguém então isso é um ato de mérito. O cerne de sua existência, o Ser é livre de todos esses karmas. Ele não possui karma. Qualquer ação que vem de Deus não é relacionado com qualquer karma. Bom, mau, certo, errado, nada está ali.

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Vipāka é o fruto da ação, resultado da ação. Esses frutos não tocam o cerne mais sensível, puro de seu Ser, da sua existência, que é a Criação de Deus. Essa Consciência é livre disto.

Āshaya significa, desejo latente, impressões, opiniões, ou sementes. Aquele Ser que é livre de klesha ou miséria; karma ou ações; vipāka, o fruto da ação e āshaya ou impressões da ação. Esse Ser especial é Ēshwara ou o Deus. E aonde está o ser especial ou Deus? Ele não está em algum lugar pendurado no céu. Está em seu coração. Está no coração de cada ser. Qualquer ação que você faça, qualquer evento que aconteça ao seu redor, não toca o ponto central da sua vida. Esse cerne central de sua vida permanece virgem. Jesus nasce para meios virgens, o Deus nasce nesta área virgem profunda dentro de você, que é intocável por qualquer evento ou acontecimento da vida. 

Purusha vishesha aquele ser especial é o Deus. Quando sua mente externa está cultuando, é o cerne do seu ser. É como uma fronteira, circunferência, que o exterior está em colapso para o centro. Quando a fronteira entra em colapso com o centro, o que acontece? Torna-se infinito, sem limites. Nossa pequena mente tagarela, quando ela reza, ela reza para o ser infinito que você é. Isso é oração. Para isso você pode dizer, “Ok Deus, Oh meu Deus, ajude.” Deus Krishna diz, “Para qualquer um que seja que você ra, tudo vem para mim só porque eu sou o cerne da existência.” Qualquer coisa que você ore, é apenas um ato de dissolução. Qualquer ponto que uma bala, um doce, cai na água não importa. Ela apenas vai se misturar e tornar um com a água. Similarmente a oração é um ato de Dissolução da mente em seu ser. Quando você mantém sua mente no Ser, quem é livre de klésha, karma, āshaya e  vipāka (você encontrará isso), dissolução é quase instantâneo. Imediatamente sua mente começa a dissolver.  É por isto que não há diferença entre Deus, Guro e seu próprio eu. “Ēshwaro gurorātméti mūrti bheda vibhāginé.” É apenas uma questão de palavras. Qualquer que seja o significado de Mestre, não é nada mais o cerne de seu ser. É o mesmo que o Divino que rege esta criação inteira.

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(Este texto é parte da série de notas de conhecimento baseadas nos comentários de Gurudev Sri Sri Ravi Shankar sobre os Patanjali Yoga Sutras)

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